segunda-feira, agosto 10, 2009

O que dizer?...Será que existe manual!?!


Ainda vou parar esse mundo e descer dele...

Uma delicia... dos infernos, verão carioca e engarrafamento...
Mais um dia voltando pra casa depois do trabalho,
combinação perfeita para o seu final de tarde.
Sinto escorrer pelas costas cada gota de suor...
Uma delícia...

E cá estou eu, esse ai, sentado a duas fileiras atrás...
Pelo menos o ônibus não está cheio e estou sentado.
Apoio à cabeça no encosto do banco da frente e
tento não pensar em matar algum ser humano...

Quase em transe mediúnico pelo para-e-anda do ônibus,
percebo alguém sentando ao meu lado e depois de um tempo,
abro os olhos e para minha surpresa, vejo um lindo par de pés femininos,
tamanho 37, sem joanetes, numa sandália de couro...

Ela começa a brincar com os dedos dos pés, um misto de dança e balé... Respiro fundo e volto a sentar normalmente.
Ajeito a roupa e discretamente direto, olho pra ela.

Pronto, fudeu... Apaixonei-me novamente, para variar, e, de novo...
Ela é linda, dos cabelos morenos e dos pés perfeitos!
Agora não preciso de mais nada, apenas uma conversa,
e com aquele engarrafamento, será fácil...

Por onde começar?
Sou tão bom como isso... Igual a um elefante descendo a ladeira...
Falar do tempo?, perguntar as horas?, reclamar do engarrafamento?
Tudo clichê demais... Pensa cara, pensa!!!

Percebo-a me olhando e quando respondo de volta,
um pequeno sorriso forma-se em seu rosto...
Está aí a minha chance, vou balbuciar qualquer palavra,
resmungar qualquer coisa, se ela me olhou e sorriu, tá no papo...

Mas o momento que seria o momento do momento de virar e dizer a brilhante composição vogal “Oi”, ela levanta e toca a cigarra para descer do ônibus. Ali ficamos, trocando olhares, ela de pé me observando e eu com cara de mané sentado, babando de volta pra ela...

Não sei como, mas ainda eu consegui dizer um “adeus”...

Sim, ela olhou para mim, olhou para minha boca enquanto eu falava “adeus”, como se estivesse devorando-a, mas no entanto, sorrindo, desceu do ônibus...

E eu fiquei sentado lá, tenho certeza que era eu!!!, quando vi a porta do ônibus se fechar...e pelos vidros da porta em frente aonde eu estava sentado, a vejo levantar a mão, tocar os lábios nas pontas dos dedos e mandar um beijo para mim...

Caralho!!! o que eu ainda estou fazendo sentado no ônibus!?!?!

Levanto como um foguete, começo a gritar para o motorista abrir a porta, pois queria descer urgente, caso de amor a primeira vista!!!. Saio destrambelhado, tropeçando nas pessoas pelo caminho, tentando ainda encontrá-la pela rua, e a vejo dobrando a esquina...

Quando estou a poucos metros dela, começo a declamar em voz alta tudo quanto é tipo de poesias, poemas, frases, palavras, que tentassem demonstrar que eu não era maluco e sim apenas doido por ela, e que aquela situação nunca tinha acontecido, que eu me sentia absurdamente feliz e querendo muito conhecê-la!

Só que ela, de costas e olhando sempre pra frente, não expressou qualquer sentimento, ficando imune as minhas palavras...Eu não acreditei, tinha decido do ônibus, aberto todas as defesas e ela lá andando e nem se importando para o que eu estava dizendo...

Quando eu ia segurá-la pelo braço e tentar falar, olho no olho, tudo o que tinha dito antes, ela entra num prédio e a partir desse momento eu simplesmente congelo...ficando sem reação...e, numa manobra de entortar zagueiros, viro de costas e volto para minha vida covarde...

Sem acreditar direito no que acabara de acontecer,
olho para trás e leio o letreiro da fachada do prédio novamente:


Seja bem vindo!
Associação de Surdos e Mudos do Rio de Janeiro
.
.
..

quarta-feira, agosto 05, 2009

O que as palavras não dizem

As palavras sumiram...

voaram pela minha boca,
tentei até segurar com as mãos,
mas jorrou entre dedos,
escorrendo pelos braços...

...agora mudo,
tento explicar oque
...as palavras...
não tiveram coragem
de dizer por mim...

Palavras!!!
Apareçam por favor,
Sinto falta de suas letras...

segunda-feira, agosto 03, 2009

O velho cinzeiro de barro

Eu me lembro bem da pequena tijela de barro, improvisada como cinzeiro, com as cinzas e 7 pontas do cigarro de filtro amarelo que tragaram o ar daquela tarde parcialmente nublada com pancadas de chuva no decorrer do dia. Sexo, filmes e macarronada foram os ingredientes complementares nessa nossa pequena orgia, mas não necessariamente na mesma ordem foram citadas.

A sua voz tremula dizendo ‘mete’ e eu tentando não me embreagar com o cheiro da sua pele, com a sua respiração ofegante, com o embaralhado de sua língua na minha boca, misturando o seu com o meu suor, com os puxões de cabelo provocantes onde meus dedos entrelaçavam na raiz e te seguravam com firmeza e carinho e você me prendendo com as suas coxas. Tudo naquela tarde de sexta-feira foi viciante.

A luz bem fraca, quase uma penumbra do final de tarde, você linda, tímida e nua, sentada na cama, próxima a janela com o cigarro na mão. Essa foi à visão fotográfica que se revelou em meus olhos antes de dormir naquela noite, pois talvez dormindo seja a única maneira de não pensar em ti consciente.

Entre um cigarro e o sexo, ficávamos contemplando o nada com vista para montanhas, ouvindo musicas com imagens ou a filmes, contando e ouvindo histórias da dona carochinha, recebendo a visita de pedaços de chocolate na cama com goles desenfreados de cerveja e cachaça por perto.

Às vezes você me pergunta o que estou pensando quando fico olhando muito para você, é porque eu fico impressionado com o fato do seu sorriso me cativar, a sua voz faz bem aos meus ouvidos, desde a da primeira vez que saímos, a cada lugar onde já fomos, nesses nossos passeios bobos pelo Rio de Janeiro, a diversão fica de camarote rindo da nossa alegria.

Os meus carinhos para com suas mãos, o seu coçar na minha barba, os nossos amassos com cheiro de sexo nas ruas e bares, dos beijos e agarramentos roubados pelos lugares onde andamos e até os abraços que ainda não abraçamos, me fazem perceber o quanto é impossível não gostar de você.

Não sei se é sexo, amizade, tesão, amor ou algum outro termo da língua portuguesa que se possa utilizar para compor o significado do que estou vivendo e sentindo nesse exato instante onde escrevo essas palavras mau escritas.

Ps. As cadeiras vermelhas até agora não foram entregues.

quinta-feira, julho 23, 2009

escrever e não dizer nada...

Respiro fundo...
Coço a cabeça, a barba, o cérebro, atrás da orelha, olhos no monitor e barulho do teclado para compor esse maldito texto abaixo, idéias soltas, tudo está atrapalhando, mas eu preciso contar no papel o que não sai da minha cabeça.

Por onde começar?
Levanto, ando pela sala, olho a paisagem, fumo um cigarro, volto para a cadeira em frente ao monitor, fico desejando o desejo de desejar ouvir o barulho do barulho do teclado teclando teclas das letras nessa folha vitual formando essas malditas sequências de palavras, frases e tudo que eu quero e queria e não consigo escrever.

Escrever sobre o que?, meus sentimentos!?!?
O que é sentimentos?, não consigo pensar e todas vez que vou tentar a porra do celular ficar apitando dizendo que a carga está cheia, mas não está, ele está me enganando, me estressando, desviando minha concentração da mesma forma que as canetas no alto do teclado, por que toda hora esbarro meus dedos sobre elas e acabo errando as letras.

Mas falar escrever sobre que?
O quanto é complicado gostar de alguém, e todo o ciclo que isso gera....não consigo... minhas mãos estão geladas, dedos doem por isso, arrumo um par de luvas, conserto a postura, o pescoço e respiro fundo, minha perna tem esse maldito tique nervoso de ficar balançando (in)conscientemente ao meu corpo.

Escrever algo que demonstre o que quero?
Como faço para descobrir o que eu sinto se a cada 8 segundos eu fico mudando de opinião, valores, crenças, credos, só faço olhar o teclado e a ouvir seus barulhos, pouso as digitais no teclado, vou formando essas palavras e não sai nada que eu queria escrever...

Pronto, me perdi de novo...

É sempre assim, me imagino escrevendo, compondo frases, textos, diálogos, tudo que é tipo de organização textual...mas é só imaginação, porque na pratica só sai essa merda de sequência descrita até agora...

Afinal, o que eu quero para esse texto?

Merda, não é nada disso que quero escrever...

Depois eu volto....

quarta-feira, julho 22, 2009

isso, eu acho que voltei a escrever....

palavra

escritório,
colegas,
happy hour, risadas,
bebidas,
distante,
musica,
distraido,
olhar, paquera,
olhares,
palavra,
conversas,
pele, toque, carinhos,
olhar,
respiração,
bebida,
boca, lábios,
lingua, pescoço,
cigarros,
abraços,
dança, luzes,
corpo,
mãos, apertos, amassos,
a conta!!!,
o troco,
abraços,
rua,
esquina,
carro,
boca,
cinto,
caricias,
apertos, acelerador, sinal,
motel,
chave,
elevador,
cama,
calcinha,
camisinha,
pó,
sexo,
gozo,
banheiro,
cigarros,
lençol,
conversas, risos, afagos,
69,
trepada,
gozo,
banho,
agua, sabão, parede,
anal,
fode,
gozo,
toalha, cama, cochilo,
sol,
banheiro,
a conta...,
roupas,
chaves,
carro, ruas,
telefone,
ruas, garagem,
elevador,
corredor,
aliança,
porta,
sapatos, sala, esposa,
desculpas,
discussão,
tapas,
abraços, choro,
amor,
cama, cafuné,
dormir,
sabado,
...

sexta-feira, setembro 12, 2008

Ela vai, embora....

Ela vai, embora....
Voltar para o mundo cor de rosa de onde ela veio, foram meses de convivência, olhares, carinhos, afagos e outras dezenas de palavras assim...

Ela, simplesmente vai embora...
Levando um pouco de tudo que aprendeu nessa cidade de montanhas, asfalto e mar, as lembranças dos lugares, dos passeios e caminhadas que fizemos, fotografadas ou não...

Ela vai, mesmo embora...
Ficou o gosto nos meus lábios de tudo que não fomos, o cheiro dos abraços que não demos e as minhas palavras que não escrevi pela boca no momento certo...
os filhos da uma puta dos meus cabelos não param de ficar brancos....

o que vai e o que fica

Na verdade, não sobrou muita coisa, quase nada, por que tudo ainda continua a onde está, apenas não moro agora em mim, é mais prático, vou ficar esperando do lado de fora que a paredes caiam, que as janelas se abram e que tudo evapore.

Sinto falta da sua voz, principalmente à noite, antes de deitarmos, dizendo que está tudo bem, de você reclamar da tv ligada até mais tarde e das muitas conversas que não tivemos por causa do seu sono, não me importava muito com isso, pois adorava vê-la dormindo nos meus braços.

Sinto falta de tantas outras coisas que agora não faz mais diferença,

Só não consigo entender por que fui gostar tanto de você...

...não era pra ser.

a vida segue.

segunda-feira, agosto 04, 2008

Ruído de comunicação

Ela me lançou aquele triste olhar. Disse palavras soltas, dessas que falamos quando escondemos alguma coisa, depois veio com uma conversa que felicidade é uma coisa construída a dois e que acreditava na nossa relação.

Ressaltou que o diálogo é muito importante e que num convívio sem confiança e sinceridade nenhum relacionamento pode durar. Tentei dizer algo, mas ela me abraçou tão forte como da primeira vez em que nos conhecemos.

Senti uma lágrima escorrer entre do seu rosto, ela caiu sobre mim, isso me fez senti muito mal, fiquei tentando imaginar a onde você queria chegar com essa conversa, entender o porque estava agindo assim comigo.

Mas numa mudança de humor digna de TPM, você me acusou de abandono, metralhou a conversa com frases do tipo, “que eu nunca estava lá quando precisava”, “que não me importava com os seus sentimentos”.

Não falei nada, certas horas é melhor evitar maiores conflitos, falando coisas que depois sempre nos arrependemos – foi o meu erro – percebendo a minha mudez, ela veio com toda a fúria para cima de mim, me empurrou contra cama e começou a falar alto, que eu nunca conversava, que eu era fechado demais.

Mas o que me deixou perplexo foi à acusação de que não a procurava mais, que não sentia mais prazer na cama com ela e pior, insinuou que estava agindo desse jeito por que eu tinha arrumado uma outra garota.

Foi à gota d’água, tive que me defender:- ah garota chata!!! Eu sou apenas um ursinho de pelúcia que o mané do seu namorado deu a você de presente, vai descontar essa sua raiva em outra pessoa porra!!!

O dia em que ele acordou sem o pé

Acordou com a velha ressaca,
ainda vestido com a roupa de ontem,
porém teve um susto quando tentou levantar.

Ele acordou sem o pé,
não sabia explicar o que aconteceu,
tinha sumido da perna.

Tentou se levantar assustado,
mas foi inútil seu movimento,
saltou para cama novamente.

Começou a pular em direção da porta,
seus olhos e pulmões,
começaram a falhar inexplicavelmente.

Tentou apoiar-se na parede,
mas sua mão tinha evaporado,
um cotoco ocupava seu espaço.

E a cada segundo um pedaço seu,
começou a desaparecer,
e depois de 173 segundos,
enfeitava o corredor um pé que calçava All Star da noite anterior...

Aeroporto

Ela foi embora hoje, agora há pouco, levou duas malas e alguns sapatos, deixou um coração partido e lágrimas no meu lenço...
Ela tinha me avisado que iria embora, só acreditei quando parou na porta do avião e, com a mão esquerda, fez um sinal de adeus entrou...
Agora eu estou parado em frente a esse vidro, tendo essa pista estúpida, vazia na minha frente, sem forças para me mexer, sentindo falta de ar...
Sento no chão, agora minhas lágrimas enfeitam o lenço, fico com as lembranças do que vivemos, com as flores que morreram na jarra da mesa da sala e as fotos que nunca fiz de você fazendo caretas...
E, em relação à carta, que me entregara, eu, nesse exato instante rasgo em pedaços irregulares sem ler.

Revisado por Guto Correia

Relatos de uma vida passageira

Pessoas ao longe nem percebem a nossa presença, de leve sinto encostar-se no meu corpo no exato instante em que ficamos sozinho. Presencio sua mão bem devagar percorrer meu corpo inteiro, tento beijá-la, só que ela é mais rápida.

Mãos leves e serenas, dessas que eu sempre desejei, sinto seus dedos brincando sobre a minha pele, suas unhas fazem movimentos lentos, com não tivessem a menor vontade de ir ou vir, parece tecer seus desejos mais secretos.

Ah como eu sonhei isso, de alguém me tocando assim, nesse corpo que já foi tocado outrora, mas nunca com tanto carinho e determinação. Escuto a sua voz cantando uma antiga canção, dessas que só canta quando estamos apaixonados.

Percebo que me solta, fico achando que agora vai me segurar de jeito, como a quem agarra uma pessoa na mais louca paixão. Conto os segundos de olhos fechados, tentando adivinhar o momento exato que vou senti você.

Mas você não volta, vejo sua imagem indo embora, e eu, ali parado. O que será que fiz algo de errado...Por que?...Logo agora que eu estava tão feliz, se tivesse falado algo, dito o que sentia. Mas agora é tarde, escuto o som dos seus passos cada vez mais distantes dos meus ouvidos.

É, Realmente,

Essa vida minha de corrimão não traz felicidade.

O porre de ontem

Antes de abrir os olhos e acordar, sinto o sol batendo de leve no meu rosto. Maldita cortina que não esconde o amanhecer... Principalmente para aqueles que não querem levantar. O gosto do destilado me resseca a boca. Ainda sinto o mal estar do porre de ontem... Maldita cereja do Martini, sempre me deixa assim...
O engraçado é que eu não lembro como cheguei em casa. “Mais uma vez, né, cara? Assim não dá!”, diria meu velho. Ou “esqueceu a porta aberta”, diria a coroa. Já moro sozinho há 3 anos. Dono do meu nariz. Grandes festas, bagunças memoráveis...
...Mas ontem...Como eu cheguei em casa?
Estávamos todos no show do Fábio, bebidas em variedade. Joana estava linda, uma pena ter ido embora tão cedo. Ficamos na mesa habitual, à esquerda, perto do balcão. Jeremias, como sempre, nos atendeu com uma alegria que contagiou a galera.
Ai, minha cabeça! Como eu bebi ontem... Acho que exagerei. Dou uma risada safada e puxo o lençol de leve para cobrir o meu rosto do sol quando sinto algo roçar minha perna, uma leve pressão.
Caralho!!! Tem alguém deitado do meu lado. Maldita rodada tripla de tequila... Seria a Karina? Não, ela hoje estava ficando com o Julio. Calma, respira fundo. Sim... Paula! Eu fiquei com ela, mas que até eu me lembre, ela foi embora?!?!
Experimento um pigarro para ver se a pessoa se mexe, não tenho coragem de olhar para o lado. Então, olho para fora da cama e, com a visão turva, olho para o chão procurando peças de roupa feminina. Para minha surpresa, só vejo minhas roupas, o cigarro e garrafa de Malibu pela metade de uma outra festa que rolou aqui.
Minha cabeça não pára de rodar. Não sei se pela ressaca ou por não saber com quem eu dormi. Eu não dirigi, isso eu tenho certeza. Quem veio dirigindo foi a Fernanda, ela mora no prédio ao lado, rolou um clima e ficamos – transamos - e ela acabou dormindo aqui. Tá bom, só que você esqueceu, ô mane, ela não gosta de homem!
Lembro de um vulto me ajudando a sair do carro... Não acredito que eu fui carregado! Será? Acho que eu resmungava algo sobre a castidade das baleias do norte da Groelândia. Essa pessoa obviamente abriu a minha porta e me trouxe aqui. Caramba, quem é???
Olho para o chão mais uma vez tentando focalizar algo, malditos óculos que não estão por perto! Quando percebo que é um pé de sa-sapato, sapato masculino... Não acredito!!! Fui comido ontem!!! Como assim???...Tá certo que cu de bêbado não tem dono...mas aí é sacanagem, logo comigo...!?
- Ô imbecil, esse sapato é do Pedro. Deixou aí outro dia, quando vocês foram à praia encontrar as gaúchas...Putz grila!!! Crio coragem para olhar o lado oposto da cama, vou virando devagar, também não quero acordar a pessoa, qualquer coisa eu dou um pulo da cama e saio correndo - vou pensando - tem que ser mulher, tem que ser mulher...quando eu abro os olhos e a vejo...

ah ufa!!!

...abraço-a...começo a rir de mim...e volto a dormir agarrado com a Glenda, minha boneca inflável...
Revisado por Eliza Vianna

Noites com insônia e Tic Tac

Preciso comprar um relógio digital,
esse maldito tic tac não sai dos meus ouvidos.


Arrancaria as pilhas deixando-o estático,
no entanto sei que ele precisa seguir o seu tempo.

Na rádio não toca nada que me faça esquecer quem sou,
e nos tic’s e tac’s da noite tento dormir.

Mudo de posição e estação,
fecho janelas e ouvidos,
mas o maldito barulho faz eco na minha cabeça.

Agora não adianta fechar os olhos,
os ponteiros do sol já me fazem levantar,
mais um dia que se segue.

A chuva que no tempo eu guardo

Sempre utilizo o guarda-chuva para proteger-me,
seja da chuva, seja da dor, seja do sol, seja do amor,
ao sair girando, saio por ai voando, de tudo e todos,
para bem longe dessa lucidez que me embriaga.

Mas meu guarda-chuva anda furado,
gotas da mais pura tristeza caem sobre o meu rosto,
são como acido, corroem em 3 o meu coração velho,
estúpido esse que gosta de se molhar com chuva nova.


Com Chuva e Magoa


Meu joelho sentimental está sofrendo com essas mudanças de tempo,

nuvens de lágrimas passam ao sudoeste,

mas vou seguindo,

consertando meu telhado,

aguardando novos temporais.

Perigo Correnteza


O perigo da correnteza é quando a gente se deixa levar para o fundo, mar de nossos medos. Já não é perigoso quando acostumamos a ficar debaixo d’água, corpo imóvel, submerso em choro do mar salgado.

A correnteza do perigo é quando você permite que as correntes da vida prendam seus pés, puxando-os para o fundo; e você já não quer mais sair, não sente forças para nadar até a praia.

A onda da vida me deu um “caldo”, e não sei para onde a correnteza do perigo quer me levar.

Preciso sair do perigo que a correnteza me chama,
Preciso de correnteza para sair do perigo,
Perigo é sair do mar e não sobreviver fora da correnteza.

Preciso chegar à superfície e respirar...