segunda-feira, agosto 03, 2009

O velho cinzeiro de barro

Eu me lembro bem da pequena tijela de barro, improvisada como cinzeiro, com as cinzas e 7 pontas do cigarro de filtro amarelo que tragaram o ar daquela tarde parcialmente nublada com pancadas de chuva no decorrer do dia. Sexo, filmes e macarronada foram os ingredientes complementares nessa nossa pequena orgia, mas não necessariamente na mesma ordem foram citadas.

A sua voz tremula dizendo ‘mete’ e eu tentando não me embreagar com o cheiro da sua pele, com a sua respiração ofegante, com o embaralhado de sua língua na minha boca, misturando o seu com o meu suor, com os puxões de cabelo provocantes onde meus dedos entrelaçavam na raiz e te seguravam com firmeza e carinho e você me prendendo com as suas coxas. Tudo naquela tarde de sexta-feira foi viciante.

A luz bem fraca, quase uma penumbra do final de tarde, você linda, tímida e nua, sentada na cama, próxima a janela com o cigarro na mão. Essa foi à visão fotográfica que se revelou em meus olhos antes de dormir naquela noite, pois talvez dormindo seja a única maneira de não pensar em ti consciente.

Entre um cigarro e o sexo, ficávamos contemplando o nada com vista para montanhas, ouvindo musicas com imagens ou a filmes, contando e ouvindo histórias da dona carochinha, recebendo a visita de pedaços de chocolate na cama com goles desenfreados de cerveja e cachaça por perto.

Às vezes você me pergunta o que estou pensando quando fico olhando muito para você, é porque eu fico impressionado com o fato do seu sorriso me cativar, a sua voz faz bem aos meus ouvidos, desde a da primeira vez que saímos, a cada lugar onde já fomos, nesses nossos passeios bobos pelo Rio de Janeiro, a diversão fica de camarote rindo da nossa alegria.

Os meus carinhos para com suas mãos, o seu coçar na minha barba, os nossos amassos com cheiro de sexo nas ruas e bares, dos beijos e agarramentos roubados pelos lugares onde andamos e até os abraços que ainda não abraçamos, me fazem perceber o quanto é impossível não gostar de você.

Não sei se é sexo, amizade, tesão, amor ou algum outro termo da língua portuguesa que se possa utilizar para compor o significado do que estou vivendo e sentindo nesse exato instante onde escrevo essas palavras mau escritas.

Ps. As cadeiras vermelhas até agora não foram entregues.

Nenhum comentário: